"As doces palavras de um livro nos livram do amargo sabor da ignorância"

sexta-feira, 5 de abril de 2013

[AUTOR DO MÊS] - J.R.R. Tolkien, o gênio

Abrindo essa nova ala no blog, quero começar com um escritor, que em minha humilde opinião, é o melhor de todos os tempos: J.R.R. Tolkien. 

Sir John Ronald Reuel Tolkien 03/01/1892 – 22/09/1973) foi um escritor inglês, poeta, filologista, e professor de universidade, conhecido por ser autor das célebres e clássicas obras de fantasia O HobbitO Senhor do Anéis e O Silmarillion. Filho de pais ingleses, Tolkien nasceu na cidade de Bloemfontain na África do Sul, e, depois de ter perdido o seu pai, ele, juntamente com a sua mãe e o irmão, mudou-se para Inglaterra. Ali, Tolkien concorreu a uma vaga na Escola King Edwards em Birmingham, tendo sido aceito numa segunda tentativa.

Quando criança, Tolkien foi mordido por uma grande aranha no jardim, um acontecimento que teria mais tarde ecos em suas histórias. Antes de sua morte, Mabel, a mãe de Tolkien, que havia lhe introduzido ao mundo de contos de fadas, e a outras línguas como o latim, já havia entregado a guarda de seus filhos para Francis Morgan, que foi encarregado para dar aos meninos uma sólida educação católica.

Na sua residência em Edgbaston, Tolkien estava perto de uma fábrica que possuía duas torres imensas, que podem ter sido influência para as torres da série O Senhor dos Anéis. Desde a morte da mãe, o rapaz dedicou-se aos estudos demonstrando grande talento lingüístico. Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para criação do idioma élfico Quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em 1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à carreira acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.
Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien se tornou noivo de Edith Bratt. E, no ano seguinte, mesmo recebendo com honras o diploma em Literatura de Língua Inglesa, ele não conseguiu escapar da convocação militar, e em 1916, depois de casar-se com Edith Bratt, ele foi enviado à guerra. Conseguiu sobreviver à Batalha do Somme, em uma mal-sucedida campanha na França, onde mais de 500 mil soldados foram mortos. Em 1917 nasceu o seu primeiro filho, e no ano seguinte, J.R.R.Tolkien foi enviado de volta à Inglaterra, por ter contraído tifo. Foi nesse período de dispensa em que começou a escrever o Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales), que mais tarde teria seu nome mudado para O Silmarillion, em 1919, quando Tolkien conseguiu retornar para Oxford.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, Tolkien iniciou verdadeiramente seu trabalho acadêmico, com um cargo de professor universitário, se tornando um respeitadíssimo filólogo, se tornando especialista em diversas línguas antigas e modernas. Pouco depois, foi convocado para realizar o projeto do New English Dicitionary, onde pôde demonstrar todo o seu domínio sobre os idiomas de anglo-saxões, e dos episódios e princípios da gramática comparada das línguas germânicas. Depois do nascimento de mais dois filhos, Tolkien concluiu e publicou seu primeiro livro em 1925, com a colaboração de E. V. Gordon: Sir Gawain and the Green Knight, baseado em lendas folclóricas inglesas.
Em 1926, Tolkien e C. S. Lewis fundaram o grupo The Coalbiters, que se dedicava à literatura nórdica, como Beowulf e o Kalevala. Os outros membros dessa pequena sociedade eram R. M. Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson, George Gordon, Bruce McFarlane.
A idéia de seu primeiro grande sucesso literário, O Hobbit, surgiu em 1928, quando Tolkien estava a examinar alguns documentos e outros papéis de alunos que pretendiam ingressar na Universidade e Tolkien contou que, ao encontrar uma das páginas totalmente em branco, escreveu nela “Num buraco no chão vivia um hobbit”, e foi a partir desse evento que lhe deu a ideia de começar a escrever o livro, dois anos depois, tendo abandonando-o pouco tempo depois. Algum tempo depois, a Reverenda Madre de Cherwell Edge teve acesso aos manuscritos de O Hobbit, que os repassou a Susan Dagnall, uma outra acadêmica de Oxford, que trabalhava para a Editora Harper Collins. Os donos da editora se disseram ficar maravilhados com aquela história, e encorajaram Tolkien a concluir o livro, que, foi publicado, finalmente, em 1937, nove anos depois do evento da página em branco.
A história de O Hobbit –que contava as aventuras da criaturazinha hobbit, Bilbo Bolseiro, que esteve numa memorável aventura na Terra Média ao lado do feiticeiro Gandalf e mais treze anões– foi tão aclamada pela crítica, que Tolkien foi logo consultado pela editora para que ele escrevesse um novo livro. Tolkien ofereceu O Silmarillion, que ele considerava a sua maior obra, mas a editora recusou, preferindo que ele desse continuidade à história que havia criado em O Hobbit. Tolkien aceitou a proposta, e deu início à sua obra mais importante, que consumiria doze anos de sua vida, desde os primeiros rabiscos até a sua conclusão, mas que o faria um dos mais importantes escritores de todos os tempos: O Senhor dos Anéis.
Depois de diversas discussões com a editora, e muitos atrasos, em 1954, são publicados os dois primeiros volumes, A Sociedade do Anel e As Duas Torres. Em 1955, foi publicado O Retorno do Rei, o terceiro e último que finalizara a formidável trilogia. A idéia original era lançar a obra toda num único volume, mas para baratear os custos de impressão, foi dividida em três volumes. Com O Senhor dos Anéis, Tolkien consolidou a criação do seu universo fantástico, com a criação de Arda, um lugar mágico, povoado por seres fantásticos, como os Valar, os Maiar, além de hobbits, elfos, anões, trolls, orcs. Inicialmente o livro não foi muito bem aceito na Inglaterra, principalmente pela crítica, tendo ganhado o status de excelência, que tem hoje, apenas nos anos 1960, quando ele caiu nas graças de universitários americanos. Por fim, a notoriedade de Tolkien nos Estados Unidos passou a lhe trazer diversos transtornos, como visitantes e ligações inconvenientes.
Enquanto desenvolvia O Senhor dos Anéis, se aprofundou ainda mais na sua paixão pelos idiomas. Logo cedo se tornou um grande conhecedor de grego e latim, e espanhol, posteriormente. Depois veio o italiano e o francês, que ele não gostava nem um pouco. Além do inglês, ele conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (além daqueles criados por ele mesmo): grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês. Mas a língua que mais o encantou foi mesmo o finlandês, e usou sua gramática, junto com a galesa, como base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros, muitos nomes relatados nos seus livros foram tirados do idioma islandês, como Gandalf, por exemplo. Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver seu mundo. Para ele, primeiro vinha a palavra, depois a história. Ele criou um mundo onde suas línguas pudessem ser aprendidas e faladas, e também criou diversas lendas e contos para rodeá-las, que serviriam para perpetuar as línguas que ele criara.
Tolkien criou várias línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão complexa e elaborada quanto as élficas. Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, os sistema de runas angerthas e as tengwar.
O mundo da literatura recebeu uma profunda influência de Tolkien. Ele ajudou a dar trilhos ao gênero chamado “fantasia moderna”. Também, o cinema (principalmente a trilogia “O Senhor dos Anéis”), a música, jogos (como o RPG Dungeons and Dragons), os desenhos animados, as histórias em quadrinhos e sofreram inúmeras influências do escritor. Muitos autores também criaram seus mundos próprios diretamente influenciados por Tolkien, que foi o elemento-chave para a ficção científica de Duna (de Frank Herbert), e para a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett). Além dos recentes Ciclo da Herança (de Christopher Paolini) e Artemis Fowl (de Eoin Colfer), entre tantos outros.
A influência de Tolkien também pode ser sentida nas artes plásticas. Pintores como John Howe, Roger Garland, Ted Nasmith, Alan Lee, Tim Kirk e os irmãos Hildebrandt entre muitos outros, figuram em enciclopédias ilustradas e centenas de galerias de imagens na Internet. Eles retratam com primazia várias passagens dos livros. A obra do autor também marcou profundamente a música, principalmente estilos como o hard rock, new age e braços do heavy metal. Milhares de canções de bandas como Led Zeppelin, Blind Guardian, Rush, Jethro Tull, e outras, são creditadas como de alguma forma associadas às obras de Tolkien.
Recebeu o diploma de Doutorado Honorário em Letras da Universidade de Oxford em 1972, e, posteriormente, conseguiu seu último e mais respeitável título: o da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth, se tornando, então Sir John Ronald Reuel Tolkien.
No dia 28 de Agosto de 1973 Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro dia foi internado, com úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se uma infecção no peito. Com 81 anos de idade, nas primeiras horas do domingo de dois de setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morreu na Inglaterra. Enterrado junto à esposa, no Cemitério de Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha.




Romances publicados
AnoTítulo originalTítulo no BrasilTítulo em PortugalNotas
1936Songs for the Philologists
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Não publicado em países lusófonos.
1937The Hobbit, or There and Back AgainO Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez
1945Leaf by NiggleSobre Histórias de Fadas
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1945The Lay of Aotrou and Itroun
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Não publicado em países lusófonos.
1949Farmer Giles of HamMestre Gil de Ham
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1953The Homecoming of Beorhtnoth Beorhthelm's Son
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Não publicado em países lusófonos.
1954The Fellowship of the RingA Sociedade do AnelA Irmandade do Anel
1954The Two TowersAs Duas Torres
1955The Return of the KingO Retorno do ReiO Regresso do Rei
1962The Adventures of Tom BombadilAs Aventuras de Tom Bombadil
1964Tree and LeafSobre Histórias de Fadas
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1966Bilbo's Last Song
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Não publicado em países lusófonos.
1966The Tolkien Reader
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Não publicado em países lusófonos.
1967The Road Goes Ever On
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Não publicado em países lusófonos.
1967Smith of Wootton Major
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Não publicado em países lusófonos.

Publicações póstumas



  • Guide to the Names in The Lord of the Rings (1975)
  • Traduções de Sir Gawain and the Green Knight, Pearl e Sir Orfeo (1975)
  • The Father Christmas Letters (1976)
  • The Silmarillion (1977)
  • Pictures by J. R. R. Tolkien (1979)
  • Unfinished Tales of Númenor and Middle-earth (1980)
  • Poems and Stories (1980)
  • The Letters of J. R. R. Tolkien (1981)
  • The Old English "Exodus" Text (1981)
  • Finn and Hengest: The Fragment and the Episode (1982)
  • Mr. Bliss (1982)
  • The Monsters and the Critics (1983)
  • Beowulf: the Monsters and the Critics (1936)
  • On Translating Beowulf (1940)
  • On Fairy-Stories (1947)
  • A Secret Vice (1930)
  • English and Welsh (1955)
  • The History of Middle-earth (1983-1996)
  • The Book of Lost Tales 1 (1983)
  • The Book of Lost Tales 2 (1984)
  • The Lays of Beleriand (1985)
  • The Shaping of Middle-earth (1986)
  • The Lost Road and Other Writings (1987)
  • The Return of the Shadow (1988)
  • The Treason of Isengard (1989)
  • The War of the Ring (1990)
  • Sauron Defeated (1992)
  • Morgoth's Ring (1993)
  • The War of the Jewels (1994)
  • The Peoples of Middle-earth (1996)
  • Index (2002)
  • J. R. R. Tolkien: Artist and Illustrator (1995)
  • Roverandom (1998)
  • A Tolkien Miscellany (2002)
  • Beowulf and the Critics ed. Michael D.C. Drout (2002)
  • Guide to the Names in The Lord of the Rings (2005)
  • The Children of Húrin (2007)
  • The History of The Hobbit (2007)
  • Tales from the Perilous Realm] (2008)
  • The Legend of Sigurd and Gudrún (2009)





1 comentários:

Unknown disse...

Pq não em países lusófonos?

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